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Sertão Central Pernambucano: potencialidades e limitações da caprinovinocultura

Segundo dados do IBGE (2008), a região Nordeste concentra 91,4% dos 9,450 milhões de caprinos estimados em todo o território nacional, ou seja, 8,633 milhões de cabeças. Em relação aos ovinos, o Brasil possui 16,239 milhões de cabeças, destas, 57,18% ou 9,286 milhões concentradas na região nordestina.
Pernambuco se destaca como o segundo maior produtor nacional de caprinos (1,595 milhões de cabeças) e o quinto maior de ovinos (1,256 milhões de cabeças), sendo a maior parte do seu rebanho concentrado na região semiárida sertaneja (IBGE, 2008).

Figura 1. Região do Sertão Pernambucano e suas microrregiões, incluindo o Sertão Central.
            Fonte: IBGE, 2008.

            O município de Salgueiro se apresenta como importante área de escoamento de produção, além de ser geograficamente privilegiado, é possuidor de um mercado consumidor local em expansão, polarizando economicamente uma região com aproximadamente 171 mil habitantes, compreendida pelos municípios de Terra Nova, Parnamirim, Mirandiba, São José do Belmonte, Verdejante, Serrita e Cedro (IBGE, 2010). 
Embora os números demonstrem o importante papel da região no agronegócio da caprinovinocultura nacional, seus índices de produtividade deixam a desejar frente ao potencial destes animais na região (MARTINS JÚNIOR et al., 2007).
O incentivo aos produtores e a toda cadeia produtiva, aliada ao avanço técnico-científico destinado a caprinovinocultura, pode constituir-se em uma importante medida para melhoria da produtividade e eliminação dos gargalos produtivos, proporcionando a manutenção da população rural, diminuindo os efeitos negativos causados pelo êxodo rural crescente.
A verminose gastrintestinal é considerada o principal problema enfrentado pelos criadores de ovinos e caprinos. Mesmo com a existência de inúmeros tratados técnicos sobre o assunto, o conhecimento disponível é pouco aplicado na prática para o controle eficaz dos parasitas. A utilização de métodos inadequados no combate à verminose vem gerando a resistência dos parasitas aos vermífugos. Nessa luta travada todos os dias no campo, o criador ainda está perdendo para um adversário que ele mal consegue ver, seja do ponto de vista econômico ou ambiental (INSTITUTO EMATER, 2009).
Algumas práticas de manejo rudimentares são amplamente difundidas na região, algo que reflete a carência de assistência técnica adequada, bem como, a falta de um centro de tecnologia capaz de diagnosticar e tratar as principais enfermidades em caprinos e ovinos. O uso indiscriminado de medicamentos, principalmente, antiparasitários e antibióticos, afeta a saúde animal e a segurança alimentar dos consumidores.
Outro fator limitante é a falta de planejamento nutricional, ainda são poucos os produtores que utilizam-se das técnicas de conservação de forragem para garantir o arraçoamento do rebanho durante o período de estiagem, proporcionando o aumento da mortalidade, a falta de padronização dos animais para abate e na baixa produção e rentabilidade da caprinovinocultura. 
Embora a realidade atual inspire cuidados e exija um posicionamento mais efetivo dos órgãos e instituições de difusão de tecnologias para o meio rural, o potencial que a região apresenta, supera as limitações elencadas. A assistência aos produtores e os investimentos em pesquisa aplicáveis a realidade regional, se caracterizam como "a luz no fim do túnel", permitindo que vislumbremos um futuro bem mais rentável e produtivo.


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