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A história de minha família se inicia no município de Ingá-PB, cheia de relatos interessantes...

Relato Etnográfico da Família Azevedo no Ingá
Meu avô, Sr. José de Azevedo Cruz, nascido no Surrão, em 22/06/1922 é filho de Raimundo de Azevedo Cruz (Padre Azevedo, apelido) e Augusta de Azevedo Cruz. A família Azevedo, de fato, sempre foi envolvida em alguns episódios fervorosos, não se sabe o motivo, contudo, vale salientar que, não raro, ocorreram casamentos entre primos de primeiro grau, então podemos afirmar que existe um alto grau de consangüinidade na família Azevedo.
Os Azevedos, casaram não só com Azevedos, mas com a família Cruz, Guedes, Valeriano, Oliveira e Catão (As principais, em quantidade). Meu avô preferiu, como ele mesmo diz, "um casamento fora da família", teve união matrimonial com Dona Julita Bezerra de Azevedo, cujo nome de solteira era Julita Bezerra de Lima, esta, natural de Fagundes, nascida em 26/07/1921, filha de José Bezerra de Lima e Laura Bezerra de Lima.
Voltando ao meu bisavô, Padre Azevedo, possuía 7 irmãos, entre eles, 4 homens (Antônio, Camelinho, Agripino e Jordão) e 3 mulheres, cujos nomes, só sei de um, Dna Santa.
Podemos dizer, que aí está o tronco genético da família e de seus descendentes surgiu a fama da família, valentes para uns, bandidos e arruaceiros para outros.
Pronto, agora iniciaremos os "relatos picantes". Narrarei a morte de Zezé, filho de Tia Santa:
"O motivo do assassinato de Zezé, para uns pode ser banal, para outros, foi em defesa da honra. O fato é que Zezé, não se dava bem com o Tio, Sr Jordão, viúvo, que se casara com uma mulher bem mais jovem que ele. Zezé era um produtor rural morava com a família em sua propriedade na zona rural do Ingá, querido por muitos era brincalhão, farrista e "boa pinta"(para os moldes da época), ele além de sobrinho de Jordão era Genro, ou seja, casado com uma prima carnal. Zezé, em público, muitas vezes, chamou Tio Jordão de corno, algo que, segundo meu avô, não procedia, mas o fato que culminou com a decisão de Tio Jordão de mandar matar Zezé foi o de um recado dado, Tio Jordão mandara buscar um animal seu, que estava na propriedade de seu genro, quando na chegada do empregado, Zezé liberou o animal e disse: ...diga aquele corno que eu ia mandar, não ia roubar não... Bem, o recado foi dado. Com isso, o Sr Jordão contratou Chico de Cota, pistoleiro de Brejo do Cruz, Chico, enfrentou a tarefa, que, para ele, não era difícil, entretanto, na hora de cumprir o contrato, se arrependeu, pois ele era amigo pessoal de Zezé e, inclusive, devia favor a este, que tinha lhe tirado de uma enrrascada que podia lhe custar a vida, na hora H, desistiu, voltou a Tio Jordão com o rifle e o pedido de desculpas...olhe eu vivo disso, mas matar seu Zezé eu não tive coragem não... Ao lado de tio Jordão, neste momento, estava seu sobrinho, filho de tio Agripino, cujo nome era o mesmo do meu avô, José de Azevedo Cruz, contudo possuía o apelido de José Agripino, por conta de seu pai. Zé Agripino, neste momento disse...tio Jordão, não se preocupe não, pode deixar comigo... Vale lembrar que Zé Agripino era, além de primo legítimo, amigo e companheiro de farras de Zezé. Zé Agripino, segundo meu avô, era uma camarada forte, disposto pegador de boi no mato e amansador de burro brabo, ele não era casado, mas "amigado" com uma viúva rica. Após topar essa "parada", passaram-se os dias... E chegou aos ouvidos de Zezé, que ele tivesse cuidado com Zé de tio Agripino, Zezé, procurou Zé Agripino para saber disso, a resposta foi...Que é isso, eu chamais faria nada contra você, você é mais que um primo é um irmão para mim". Bem, Zé Agripino fez, em uma noite vindos de um forró, Zé Agripino simulou um encontro casual com Zezé, onde hoje é a BR, havia uma estrada carroçável, cavalgaram juntos, conversando, cruzaram com um caminhoneiro e seu ajudante, que estavam com o caminhão quebrado, dalí, inclusive, se avistava a casa de Zezé, as luzes dos candeeiros, Zezé, educado como sempre, lhes ofereceu pousada, esta, fora recusada, pois os reparos haviam terminado, então, seguiram os primos. Após o conserto do caminhão, os caminhoneiros seguiram e pouco a frente se depararam com um corpo ao chão, com o seu cavalo ao lado, reconheceram ser o homem que lhes ofereceram pousada, com medo não pararam. Zé Agripino matou Zezé de paulada, com uma ..cassete... que trazia dentro da manga do palitó, matou, cavalgando e conversando."
Logo se desconfiou do assassino, nem ao velório e enterro Zé Agripino foi, isso fez Sr Nô Azevedo, filho de Tio Antônio, sabedor dos boatos dizer..."Só pode ter sido Zé Agripino, olhe esta todo mundo aqui, menos ele". Sim, Tio Jordão foi ao velório, se aproximou do caixão e disse "está vendo aí Zezé, cadê sua valentia? fala agora da vidas dos outros fala..."
Não haviam provas concretas, as testemunhas(caminhoneiros) não queriam ficar cara a cara com Zé Agripino, fugiram disso. A família, primos e tios, recomendaram que Zé Agripino, fosse embora do Ingá, ao menos por um tempo, a ignorância de Zé superou o bom censo, como diria meu avô..." Zé Agripino achar que iria matar Zezé e tudo iria ficar por isso mesmo, só sendo Zé Agripino mesmo".

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