O Nordeste se destaca na produção de caprinos e ovinos. Sua importância é confirmada através dos números, de acordo com o IBGE (2006), os rebanhos nordestinos representam, respectivamente, cerca de 92 e 54% de todo o contingente nacional. No entanto, tais números não são concretizados em produtividade, boa parte do rebanho é proveniente de criações familiares com pouca ou nenhuma tecnologia aplicada à produção, o principal sistema utilizado é o extensivo e o manejo ainda é caracterizado como rudimentar.
O Semiárido Nordestino possui características próprias, desde o bioma, único em todo o mundo, até seus aspectos humanos (sociais, econômicos e culturais). A viabilização de qualquer projeto de fomento para caprinovinocultura passa pelo entendimento das especificidades do nosso Nordeste.
Ao pesquisarmos em qualquer trabalho científico produzido no semiárido através de caprinos ou ovinos, vemos como justificativa a melhoria da produtividade e da renda familiar, propiciando a permanência do homem no campo, em outras palavras, diminuição do êxodo rural. No entanto, as exigências para o bem estar aumentaram, hoje, para satisfazer as necessidades básicas, o homem requer bem mais do que requeria há 40 anos atrás, vejamos: energia, tv, freezer, recursos financeiros suficientes para bancar os estudos dos filhos, a roupa das crianças, a feira de sábado e a pinguinha de domingo, são básicas. Para que esse mesmo homem permaneça no campo, sua cultura terá que bancar tudo isso. Sejamos honestos, 10 cabrinhas são suficientes?
A saída é o trabalho comunitário, são as associações e cooperativas. Aí teremos produção familiar suficiente para abastecer um mercado consumidor com qualidade e quantidade adequadas. Sem falar na diminuição dos custos de produção e na possibilidade de pagamento de assistência técnica especializada. Sozinho o pequeno produtor não possui competitividade.
A cadeia produtiva da caprinovinocultura é incompleta na maior parte da região, quado se tem mercado, não existem matadouros adequados ou o rebanho é insuficiente e de baixa qualidade para abate.
Antes de pensarmos em exportações, vamos abastecer nosso mercado interno, melhor que isso, vamos aumentar o consumo per capita nacional, através de um campanha educativa e audaciosa, nas escolas, nos veículos de comunicação, com certeza, em alguns anos teremos duplicado ou triplicado os números atuais.
A caprinovinocultura tem futuro, mas o futuro começa agora, baseado na produtividade, não em programas sociais medíocres ou amplos investimentos em uma genética de capa de revista, que não é aplicável no campo.
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